ARRISCAR É VIVER
Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar-se a expor seu verdadeiro Eu.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer de decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas, é preciso correr riscos.
Porque a maior perda da vida é não arriscar nada.
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são ou conquistam.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas não podem aprender, sentir, crescer, mudar, amar, viver ...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade.
Só quem se arisca é verdadeiramente LIVRE ...
Soren Kiekegaard
MEDITAÇÃO
Meditar é estar com o corpo relaxado e a mente alerta. Trata-se de calar o que é prolixo na mente, para poder ouvir o que a alma tem a dizer. E mais que isso: neste exato momento, Agora. Quando então temos a real possibilidade de, em estado de absoluta presença, decidir, escolher e agir.
É permitir estar em contato com o melhor de nós, o verdadeiro, o essencial, quando estamos percebendo o integrado que é nosso corpo, mente e espírito.
O objetivo é buscar o silêncio que existe dentro de nós, tantas vezes perdido na elevada sonoridade das emoções e sentimentos egóicos.
Quando damos ao corpo uma postura relaxada e imóvel e paramos para, desidentificadamente, observar a mente, o intervalo entre cada pensamento começa a ter espaços cada vez maiores de silêncio. Neste ponto, podemos ter acesso ao nosso verdadeiro Eu, ao campo da pura expansão da consciência.
Conceição Trucom
ILUMINAÇÃO: ELEVANDO-SE ACIMA DO PENSAMENTO
Pergunta: O pensamento não é indispensável para sobrevivermos neste mundo?
Nossa mente é um instrumento, uma ferramenta. Está ali para ser usada em uma tarefa específica e depois ser deixada de lado. Sendo assim, eu poderia afirmar que 80 a 90% dos pensamentos não são só repetitivos e inúteis, mas também nocivos. Observe sua mente e verificará como isso é verdade. Essa atitude causa uma perda significativa da energia vital.
Esse tipo de pensamento compulsivo é, na verdade, um vício. O que caracteriza um vício? Simplesmente não termos mais a opção de parar. O vício parece mais forte do que nós. Proporciona uma falsa sensação de prazer, um prazer que, quase sempre, se transforma em sofrimento.
Pergunta: Por que temos que ser viciados em pensar?
Porque estamos identificados com esse processo, já que a percepção do Eu interior tem origem no conteúdo e na atividade de nossas mentes. Acreditamos que deixaríamos de existir se parássemos a pensar. No processo de crescimento, construímos uma imagem mental de nós mesmos, baseada em nosso condicionamento pessoal e cultural. Podemos chamar isso “o fantasma pessoal do ego”. Consiste em uma atividade mental e só pode ser mantido através do pensar constante. A palavra ego tem sentidos diferentes para pessoas diferentes, mas aqui significa um falso Eu interior, criado por uma identificação inconsciente com a mente.
Para o ego, o momento presente dificilmente existe. Só o passado e o futuro são considerados importantes. Essa total inversão da verdade explica por que, para o ego, a mente não tem função. O ego está sempre preocupado em manter vivo o passado, porque pensa que sem ele não seríamos ninguém. E se projeta no futuro para assegurar a continuação de sua sobrevivência e buscar algum tipo de escape ou satisfação lá adiante. Ele diz assim: “Um dia, quando isso ou aquilo acontecer, vou ficar bem, feliz, em paz.” Mesmo quando o ego parece estar preocupado com o presente, não é o presente que ele vê, porque constrói uma imagem completamente distorcida, a partir do passado. Ou então reduz o presente a um meio para obter o fim desejado, um fim que sempre consiste em um futuro projetado pela mente. Observe sua mente e verá que é assim que ela funciona.
O momento presente tem a chave para a libertação. Mas você não conseguirá percebê-lo enquanto você FOR a mente.
Pergunta: Não quero perder a minha capacidade de analisar e criticar. Não me importo em aprender a pensar de forma mais clara, com um sentido mais direcionado, mas não quero perder esse dom, que considero o bem mais precioso que temos. Sem ele, seríamos apenas mais uma espécie animal.
O predomínio da mente é apenas um estágio na evolução da consciência. Precisamos, urgentemente, passar ao próximo estágio, senão seremos destruídos pela mente, que se transformou em um monstro. Pensamento e consciência não são sinônimos. O pensamento é um pequeno aspecto da consciência. O pensamento não consegue existir sem a consciência, mas a consciência não necessita do pensamento.
A iluminação significa chegar a um nível acima do pensamento, e não em ficar abaixo dele, ao nível de um animal ou planta. No estado iluminado, continuamos a usar nossas mentes quando necessário, mas de um modo mais focalizado e eficiente. Assim, utilizando nossas mentes com objetivos práticos, não ouvimos mais o diálogo interno involuntário e sentimos uma enorme serenidade interior. Quando usamos de fato nossas mentes e, em especial, quando necessitamos de uma solução criativa, há uma oscilação, de segundos, entre o pensamento e a serenidade, entre a mente e a mente vazia. O estado de mente vazia é a consciência sem o pensamento. Só assim é possível pensar criativamente, porque somente desse modo o pensamento tem alguma força real. O pensamento sozinho, quando não mais conectado com a área da consciência, que é muito mais ampla, rapidamente se torna árido, doentio e destrutivo.
A mente é, em essência, uma máquina de sobrevivência. Ela executa muitas coisas boas quando, por exemplo, ataca e se defende de outras mentes, coleta, armazena e analisa uma informação, mas não é nada criativa. Todo artista verdadeiro, quer tenha ou não consciência disso, cria a partir de um lugar de mente vazia, que se origina de uma serenidade interior. A mente então dá forma ao impulso criativo, ou insight. Até mesmo os grandes cientistas têm relatado que as suas descobertas mais originais aconteceram em um momento de serenidade mental.
Uma pesquisa nacional realizada com alguns dos matemáticos mais proeminentes que já atuaram nos EUA, incluindo Einstein, para estudar seus métodos de trabalho, mostrou que o pensamento “é apenas uma parte secundária da fase breve e decisiva do ato criativo em si”. Logo, eu poderia dizer que a maioria dos cientistas NÃO é criativa, não porque não sabe pensar, mas sim porque não sabe como parar de pensar!
Não foi a mente, nem o pensamento, que criou o milagre da vida ou nossos corpos. É claro que existe uma inteligência, de uma dimensão muito maior do que a da mente, trabalhando para manter tudo isso funcionando. Como uma simples célula humana, que mede 1/1000 de 25,4 mm, pode conter instruções dentro do DNA que encheriam cerca de 1.000 livros com 600 páginas cada um? Quanto mais aprendemos sobre o funcionamento do corpo, mais percebemos como é vasta a inteligência que age dentro dele e como sabemos pouco a esse respeito. Quando a mente se relaciona com o corpo, transforma-se na mais maravilhosa das ferramentas. Serve, então, a alguma coisa maior do que ela mesma.
Pergunta: E quanto às emoções? Elas me dominam muito mais do que a minha mente.
A mente, no sentido em que emprego o termo, não é apenas pensamento. Ela inclui nossas emoções, assim como todos os padrões de reações mentais e emocionais inconscientes. A emoção nasce no lugar onde a mente e o corpo se encontram. É a reação do corpo à nossa mente ou, podemos dizer, um reflexo da mente no corpo. Por exemplo, um pensamento agressivo ou hostil vai acumulando, aos poucos, uma energia no corpo – a raiva. O corpo está se preparando para lutar. Já a idéia de que nos encontramos sob uma ameaça física ou psicológica faz com que o corpo se contraia, o que é a manifestação física daquilo que chamamos medo. As pesquisas têm demonstrado que as emoções fortes causam até mesmo mudanças na bioquímica do corpo. Essas mudanças bioquímicas representam o aspecto físico ou material da emoção. Em geral, não temos consciência de todos os nossos padrões de pensamento. Só é possível trazê-los à consciência quando observamos nossas emoções.
Quanto mais identificados estivermos com nosso pensamento, com as coisas que nos agradam ou não, com nossos julgamentos e interpretações, ou seja, quanto MENOS presentes estivermos como consciência observadora, mais forte será a carga de energia emocional, tenhamos ou não consciência disso. Se você não consegue sentir as suas emoções, se as mantém à distância, terminará por senti-las em um nível puramente físico, como um sintoma ou um problema físico. Muito se tem escrito a respeito disso nos últimos anos, portanto não precisamos nos aprofundar no assunto.
É possível que um forte padrão emocional inconsciente venha a se manifestar como um acontecimento externo, algo que parece acontecer só com você. Por exemplo, tenho observado que as pessoas que guardam muita raiva dentro de si mesmas – mesmo sem ter consciência e sem falar sobre o assunto – são mais propensas a serem atacadas verbalmente, ou até mesmo fisicamente, por outras pessoas cheias de raiva. Com freqüência, sem qualquer motivo aparente. A razão é que elas desprendem uma raiva tão forte que acaba sendo captada de forma subconsciente por outras pessoas, e isso aciona a raiva latente que essas trazem dentro de si.
Se você tem dificuldade de sentir suas emoções, comece concentrando a atenção na área de energia interior do seu corpo. Sinta o seu corpo lá no fundo. Essa prática colocará você em contato com as suas emoções.
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